amanhã nós temos prova de parasitologia e achei interessante falar um pouco (e beem resumidamente) sobre a leishmaniose visceral,devido a sua importância como zoonose!
A Leishmaniose visceral ou calazar é uma importante zoonose causada pelo protozoário Leishmania chagasi.Este protozoário pertence a família trypanosomatidae assim como o responsável pela doença de chagas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde,a incidência anual da doença é de cerca de 500 000 casos.
Nos cães provoca uma enfermidade cronica,frequentemente fatal.
Além disso,cães infectados são a única fonte de infecção para os mosquitos flebotomínios,e,consequentemente,de infecção para o homem.
Nos hospedeiros vertebrados,os parasitas são encontrados no interior de células do Sistema Mononuclear fagocitário, linfócitos e plasmócitos de visceras como o baço,medula óssea,linfonodos e fígado.O mosquito vetor contrai a leishmaniose ao ingerir macrófagos infectados.
A doença nos cães pode se apresentar de forma assintomática,nesses casos a doença também evolui e leva o animal a óbito em menos de um ano.
Na forma sintomática,as manifestações clínicas são as de uma enfermidade crônica e debilitante que evolui para caquexia e morte.
Os sinais clínicos podem ser:
-emagrecimento associado a anemia
-surgimento de áreas sem pêlos localizadas ou generalizadas
-aparecimento de ulcerações crostosas em fucinho,orelhas e extremidades
-crescimento exagerado das unhas
-presença de edema e ascite
-dermatites cronicas
muitos cães desenvolvem lesões renais e hepática
A leismaniose visceral é uma enfermidade típica de zonas rurais,no Brasil os principais focos concentram-se no nordeste e sudeste.
A tentativa de tratamento tem sido considerada uma das causas que leva ao fracasso do controle da doença,por isso o Ministério da Saúde estabeleceu uma lei que proíbe a administração de certos fármacos para o tratamento da doença em cães.
A estratégia de controle proposta pela Organização Mundial da Saúde é a eliminação dos cães com sorologia positiva
O que se tem feito para prevenir a picada do inseto flebotomínio é o uso de coleiras impregnadas com inseticidas e o desenvolvimento de vacinas.
No Brasil existe uma vacina da Fort Dodge,segundo o fabricante garante 95% de eficácia contra a doença, porém deve se tomar cuidado com a vacina pois quando há suspeita de leishmaniose,o Ministério da Saúde realiza um teste chamado RIFI que identifica anticorpos contra o protozoário no animal,quando o cão é vacinado ele apresenta esses anticorpos,o teste então dá positivo e o sacrifício do animal é obrigatório.
Bom,dando agora a minha opnião,a eutanasia dos animais me parece um tanto quanto simplista,e o que eu acho que devia ser feito em larga escala,são medidas de controle ao mosquito transmissor,que por vezes invade nosso ambiente urbano,como está no link: http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-publica/leishmaniose:-o-inimigo-agora-e-outro-16323/artigo/
"Estudos científicos recentes demonstram que os Inquéritos Caninos seguidos do sacrifício do animal doente é uma medida quase que absolutamente ineficaz, de modo que a única solução possível para essa doença é a prevenção e o combate ao mosquito (vetor). "
Apesar de eu já ter ouvido falar de cura total e da mudança de soro positivo para NEGATIVO em cão,o tratamento de doença continua sendo proibido no Brasil.Talvez sejam necessárias mais pesquisas a cerca dessa doença no país para que as medidas corretas sejam tomadas.
Bibliografia: Parasitologia Veterinária - R.L.Coop
Putz, muito complicado, porque controle de mosquito nesse país, é um negócio que não funciona...
ResponderExcluirUm dúvida que eu tenho, em que locais é mais freqüente em São Paulo? É mais pro interior mesmo ou tem casos no litoral? É que o Cookie vai com uma certa freqüência para a praia...
Oi Daniel!
ResponderExcluirpois é,O Brasil ainda nao aprendeu a controlar mosquitos,por isso a leishmaniose continua se espalhando.
antes era predominantemente das regioes norte e nordeste,agora existem focos em Adamantina,Dracena,Campinas,Bauru,Cotia,Embu e Araçatuba
ainda nao chegou na cidade de Sao Paulo,mas infelizmente aparecem casos cada vez mais perto da capital
andei pesquisando e nao vi nada falando de focos no litoral
bom pro Cookie!
Pois é...Cotia e Embu são beeem próximas!
ResponderExcluirPrimeiramente a leishmaniose nao é causada por um mosquito, mas sim por um flebótomo. Esse inseto nao tem um comportamento urbano como o do mosquito aedes. Não há como controla-lo por isso. Ele é silvestre. Dessa forma, a forma de controle da doença é elimar os hospedeiros (cachorros) infectados, visto que NAO EXISTE VACINA eficaz. o animal melhora mas permanece com o vetor, transmitindo-o a mais insetos. Tratar animais com leishmaniose é CRIME! O veterinário responsável é preso e o animal sacrificado.
ResponderExcluirOi Carolina,
ResponderExcluirA Leishmaniose é transmitida pelo protozoário Leishmania chagasi,que precisa do vetor,que é sim um mosquito, do gênero LUTZOMYIA.Esse mosquito é mesmo de áreas rurais porém pode sim invadir ambientes urbanos e é aí que entra as estratégias de controle desses mosquitos que invadem nossas casas.
Quanto a vacinação,baseado no que eu pesquisei e nas pessoas que eu perguntei,a vacina é sim eficiente e uma boa medida para evitar a doença,porém é claro que nenhuma vacina é 100% eficaz.
Eu sei que é crime,NO BRASIL,tratar os animais,porém sei de trabalhos em que um cão foi tratado contra leishmaniose e este cão não só foi curado como também se tornou soro negativo,sendo assim não era mais risco de contaminação para outros mosquitos
Não estou dizendo que concordo ou não com o tratamento de animais soro positivos,porém acho que deviam haver mais estudos sobre essa doença,mais conscientização da população para que sejam empregadas medidas profiláticas,como coleiras com insetiscida,vacinação e telas de proteção,no intuito de diminuir as chances da picada do mosquito.Estas medidas me parecem mais abrangentes e eficazes do que a simples eutanásia dos animais,esta me parece simplista e pouco efetiva.
O que eu estou falando é baseado nos meus estudos sobre a doença e leitura de trabalhos,não sei se voce leu esse artigo mas vale muito a pena: http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-publica/leishmaniose:-o-inimigo-agora-e-outro-16323/artigo/
estou aberta para discutir mais sobre o assunto caso voce esteja interessada.
Olá .. encomodando de novo .. achei o blog interessante .. e principalmente esse assunto, moro numa cidade com surto de Leishmaniose, é o unico metodo de controle é o sacrificios dos cães .. sem nenhuma importancia ao combate ao vetor sendo ainda que os teste para Leishmaniose não são 100% precisos e não diferem da Leishmaniose cutanea .. e inda pelo motivos que outros mamiferos podem ser portadores ...
ResponderExcluirminha opinião posso estar errado ..
ATT
Beto Carpenedo Caetano
Oi Beto!
ResponderExcluirvoce esta certo que os teste para Leishmaniose não são 100% confiáveis e não diferem da Leishmaniose cutanea,e também que outros mamiferos podem ser portadores
porém vou ter que descordar que o controle do mosquito é ineficiente.
Nos meus estudos sobre o assunto (voce pode conferir nesse blog http://www.blog.villechamonix.com ,que tem muitas informações valiosas sobre a doença)
A eutanásia dos cães já se mostrou ineficaz,como dito pelo deputado federal Geraldo Resende “O sacrifício de cães é mais maléfico que benéfico, já que por motivações afetivas ou econômicas, muitos proprietários se recusam a entregar seus animais e os escondem, colocando a população em risco”, diz o deputado, lembrando que existe tratamento. “Há diversos protocolos de trabalhos científicos exitosos nesta área, além disso, me parece mais racional tratar a exterminar cachorros e gatos. Proponho a vacinação dos animais, bem como a possibilidade de curar os animais infectados”.
A leishmaniose é uma doença tratável mas que não tem cura,o tratamento é para toda a vida do animal,o que NÃO pode acontecer é a prevalência de animais soro positivos sem tratamento.
"Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.
Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A dengue se combate eliminando o mosquito (vetor), a leishmaniose se combate matando o cão (portador)?"
Leia mais: http://www.blog.villechamonix.com/2010/08/leishmaniose-canina-tem-tratamento.html#ixzz1RrMkBE1q
eu mesma já vi estudos em que animais se tornaram SORO NEGATIVOS após o tratamento,não representando risco para a sociedade.
Para se ter uma ideia na Europa não é aceitável a eutanásia.
Quanto aos mosquitos, segundo Geraldo Resende, o combate ao vetor praticado em nível doméstico tem eficácia temporária, pois utilização de inseticidas nas casas perde o efeito depois de algum tempo. “É importante a decisão política de disponibilizar orçamento para o combate ao mosquito transmissor. É um caso de saúde pública como a dengue”, diz.
O alastramento da doença se dá pela falta de um controle eficiente dos mosquitos flebotomíneos
no nosso país
prevenção?
é recomendável a vacinação,o uso de coleiras com inseticidas,e repelente elétrico nas tomadas
Espero ter ajudado!
Olá, estou fazendo um TCC sobre Leishmaniose visceral, e achei muito interessante tudo que foi abordado aqui, principalmente relacionado ao controle da doença.Pois realmente a Leishmaniose visceral é uma doença de difícil controle, e merece mais atenção e divulgação não somente por parte do governo como principalmente por parte da sociedade. Atualmente no Brasil o controle da LV tem sido realizado pela adoção de três medidas básicas: diagnóstico e tratamento precoce de todos os casos humanos, a eutanásia de cães soropositivos e o combate as formas adultas do inseto vetor, mas nenhuma dessas medidas tem se mostrado eficaz em impedir a transmissão e evitar a ocorrência de novas epidemias. As causas da ineficácia destas medidas são diversas, e o desenvolvimento para a descoberta de vacinas humana e canina necessita de prioridade.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário Márcia!!
ResponderExcluirboa sorte com o seu TCC!
muito bom saber que essa doença está cada vez recebendo mais a atenção de pesquisadores!