segunda-feira, 28 de março de 2011

Leishmaniose Visceral

Oi Gente!

amanhã nós temos prova de parasitologia e achei interessante falar um pouco (e beem resumidamente) sobre a leishmaniose visceral,devido a sua importância como zoonose!
A Leishmaniose visceral ou calazar é uma importante zoonose causada pelo protozoário Leishmania chagasi.Este protozoário pertence a família trypanosomatidae assim como o responsável pela doença de chagas.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde,a incidência anual da doença é de cerca de 500 000 casos.
Nos cães provoca uma enfermidade cronica,frequentemente fatal.
Além disso,cães infectados são a única fonte de infecção para os mosquitos flebotomínios,e,consequentemente,de infecção para o homem.
Nos hospedeiros vertebrados,os parasitas são encontrados no interior de células do Sistema Mononuclear fagocitário, linfócitos e plasmócitos de visceras como o baço,medula óssea,linfonodos e fígado.O mosquito vetor contrai a leishmaniose ao ingerir macrófagos infectados.
A doença nos cães pode se apresentar de forma assintomática,nesses casos a doença também evolui e leva o animal a óbito em menos de um ano.
Na forma sintomática,as manifestações clínicas são as de uma enfermidade crônica e debilitante que evolui para caquexia e morte.
Os sinais clínicos podem ser:
-emagrecimento associado a anemia
-surgimento de áreas sem pêlos localizadas ou generalizadas
-aparecimento de ulcerações crostosas em fucinho,orelhas e extremidades
-crescimento exagerado das unhas
-presença de edema e ascite
-dermatites cronicas
muitos cães desenvolvem lesões renais e hepática
A leismaniose visceral é uma enfermidade típica de zonas rurais,no Brasil os principais focos concentram-se no nordeste e sudeste.
A tentativa de tratamento tem sido considerada uma das causas que leva ao fracasso do controle da doença,por isso o Ministério da Saúde estabeleceu uma lei que proíbe a administração de certos fármacos para o tratamento da doença em cães.
A estratégia de controle proposta pela Organização Mundial da Saúde é a eliminação dos cães com sorologia positiva
O que se tem feito para prevenir a picada do inseto flebotomínio é o uso de coleiras impregnadas com inseticidas e o desenvolvimento de vacinas.
No Brasil existe uma vacina da Fort Dodge,segundo o fabricante garante 95% de eficácia contra a doença, porém deve se tomar cuidado com a  vacina pois quando há suspeita de leishmaniose,o Ministério da Saúde realiza um teste chamado RIFI que identifica anticorpos contra o protozoário no animal,quando o cão é vacinado ele apresenta esses anticorpos,o teste então dá positivo e o sacrifício do animal é obrigatório.
Bom,dando agora a minha opnião,a eutanasia dos animais me parece um tanto quanto simplista,e o que eu acho que devia ser feito em larga escala,são medidas de controle ao mosquito transmissor,que por vezes invade nosso ambiente urbano,como está no link:  http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-publica/leishmaniose:-o-inimigo-agora-e-outro-16323/artigo/
"Estudos científicos recentes demonstram que os Inquéritos Caninos seguidos do sacrifício do animal doente é uma medida quase que absolutamente ineficaz, de modo que a única solução possível para essa doença é a prevenção e o combate ao mosquito (vetor). "


Apesar de eu já ter ouvido falar de cura total e da mudança de soro positivo para NEGATIVO em cão,o tratamento de doença continua sendo proibido no Brasil.Talvez sejam necessárias mais pesquisas a cerca dessa doença no país para que as medidas corretas sejam tomadas.


Bibliografia: Parasitologia Veterinária - R.L.Coop

 

9 comentários:

  1. Putz, muito complicado, porque controle de mosquito nesse país, é um negócio que não funciona...
    Um dúvida que eu tenho, em que locais é mais freqüente em São Paulo? É mais pro interior mesmo ou tem casos no litoral? É que o Cookie vai com uma certa freqüência para a praia...

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  2. Oi Daniel!
    pois é,O Brasil ainda nao aprendeu a controlar mosquitos,por isso a leishmaniose continua se espalhando.
    antes era predominantemente das regioes norte e nordeste,agora existem focos em Adamantina,Dracena,Campinas,Bauru,Cotia,Embu e Araçatuba
    ainda nao chegou na cidade de Sao Paulo,mas infelizmente aparecem casos cada vez mais perto da capital
    andei pesquisando e nao vi nada falando de focos no litoral
    bom pro Cookie!

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  3. Pois é...Cotia e Embu são beeem próximas!

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  4. Primeiramente a leishmaniose nao é causada por um mosquito, mas sim por um flebótomo. Esse inseto nao tem um comportamento urbano como o do mosquito aedes. Não há como controla-lo por isso. Ele é silvestre. Dessa forma, a forma de controle da doença é elimar os hospedeiros (cachorros) infectados, visto que NAO EXISTE VACINA eficaz. o animal melhora mas permanece com o vetor, transmitindo-o a mais insetos. Tratar animais com leishmaniose é CRIME! O veterinário responsável é preso e o animal sacrificado.

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  5. Oi Carolina,
    A Leishmaniose é transmitida pelo protozoário Leishmania chagasi,que precisa do vetor,que é sim um mosquito, do gênero LUTZOMYIA.Esse mosquito é mesmo de áreas rurais porém pode sim invadir ambientes urbanos e é aí que entra as estratégias de controle desses mosquitos que invadem nossas casas.
    Quanto a vacinação,baseado no que eu pesquisei e nas pessoas que eu perguntei,a vacina é sim eficiente e uma boa medida para evitar a doença,porém é claro que nenhuma vacina é 100% eficaz.
    Eu sei que é crime,NO BRASIL,tratar os animais,porém sei de trabalhos em que um cão foi tratado contra leishmaniose e este cão não só foi curado como também se tornou soro negativo,sendo assim não era mais risco de contaminação para outros mosquitos
    Não estou dizendo que concordo ou não com o tratamento de animais soro positivos,porém acho que deviam haver mais estudos sobre essa doença,mais conscientização da população para que sejam empregadas medidas profiláticas,como coleiras com insetiscida,vacinação e telas de proteção,no intuito de diminuir as chances da picada do mosquito.Estas medidas me parecem mais abrangentes e eficazes do que a simples eutanásia dos animais,esta me parece simplista e pouco efetiva.
    O que eu estou falando é baseado nos meus estudos sobre a doença e leitura de trabalhos,não sei se voce leu esse artigo mas vale muito a pena: http://www.artigos.com/artigos/saude/saude-publica/leishmaniose:-o-inimigo-agora-e-outro-16323/artigo/
    estou aberta para discutir mais sobre o assunto caso voce esteja interessada.

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  6. Olá .. encomodando de novo .. achei o blog interessante .. e principalmente esse assunto, moro numa cidade com surto de Leishmaniose, é o unico metodo de controle é o sacrificios dos cães .. sem nenhuma importancia ao combate ao vetor sendo ainda que os teste para Leishmaniose não são 100% precisos e não diferem da Leishmaniose cutanea .. e inda pelo motivos que outros mamiferos podem ser portadores ...
    minha opinião posso estar errado ..

    ATT
    Beto Carpenedo Caetano

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  7. Oi Beto!
    voce esta certo que os teste para Leishmaniose não são 100% confiáveis e não diferem da Leishmaniose cutanea,e também que outros mamiferos podem ser portadores
    porém vou ter que descordar que o controle do mosquito é ineficiente.
    Nos meus estudos sobre o assunto (voce pode conferir nesse blog http://www.blog.villechamonix.com ,que tem muitas informações valiosas sobre a doença)
    A eutanásia dos cães já se mostrou ineficaz,como dito pelo deputado federal Geraldo Resende “O sacrifício de cães é mais maléfico que benéfico, já que por motivações afetivas ou econômicas, muitos proprietários se recusam a entregar seus animais e os escondem, colocando a população em risco”, diz o deputado, lembrando que existe tratamento. “Há diversos protocolos de trabalhos científicos exitosos nesta área, além disso, me parece mais racional tratar a exterminar cachorros e gatos. Proponho a vacinação dos animais, bem como a possibilidade de curar os animais infectados”.
    A leishmaniose é uma doença tratável mas que não tem cura,o tratamento é para toda a vida do animal,o que NÃO pode acontecer é a prevalência de animais soro positivos sem tratamento.
    "Os animais tratados são portadores não transmissores, pois a redução da carga parasitária passa a funcionar como estímulo imunogênico e o animal tem muito baixa capacidade de transmitir a doença.
    Não querer tratar o cão porque não tem cura parasitológica é ignorar os próprios mecanismos de fisiopatologia. A dengue se combate eliminando o mosquito (vetor), a leishmaniose se combate matando o cão (portador)?"
    Leia mais: http://www.blog.villechamonix.com/2010/08/leishmaniose-canina-tem-tratamento.html#ixzz1RrMkBE1q

    eu mesma já vi estudos em que animais se tornaram SORO NEGATIVOS após o tratamento,não representando risco para a sociedade.
    Para se ter uma ideia na Europa não é aceitável a eutanásia.
    Quanto aos mosquitos, segundo Geraldo Resende, o combate ao vetor praticado em nível doméstico tem eficácia temporária, pois utilização de inseticidas nas casas perde o efeito depois de algum tempo. “É importante a decisão política de disponibilizar orçamento para o combate ao mosquito transmissor. É um caso de saúde pública como a dengue”, diz.
    O alastramento da doença se dá pela falta de um controle eficiente dos mosquitos flebotomíneos
    no nosso país
    prevenção?
    é recomendável a vacinação,o uso de coleiras com inseticidas,e repelente elétrico nas tomadas
    Espero ter ajudado!

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  8. Olá, estou fazendo um TCC sobre Leishmaniose visceral, e achei muito interessante tudo que foi abordado aqui, principalmente relacionado ao controle da doença.Pois realmente a Leishmaniose visceral é uma doença de difícil controle, e merece mais atenção e divulgação não somente por parte do governo como principalmente por parte da sociedade. Atualmente no Brasil o controle da LV tem sido realizado pela adoção de três medidas básicas: diagnóstico e tratamento precoce de todos os casos humanos, a eutanásia de cães soropositivos e o combate as formas adultas do inseto vetor, mas nenhuma dessas medidas tem se mostrado eficaz em impedir a transmissão e evitar a ocorrência de novas epidemias. As causas da ineficácia destas medidas são diversas, e o desenvolvimento para a descoberta de vacinas humana e canina necessita de prioridade.

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  9. Obrigada pelo comentário Márcia!!
    boa sorte com o seu TCC!
    muito bom saber que essa doença está cada vez recebendo mais a atenção de pesquisadores!

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