terça-feira, 29 de maio de 2012

"Não fique triste porque acabou, fique feliz porque aconteceu"

Gostaria de vim aqui e falar pra vocês que a Xeli melhorou, que ela voltou a andar e está alegre como sempre, mas daí eu estaria mentindo.
A Xeli faleceu no último dia primeiro de maio, no dia do meu aniversário e no mesmo dia que ela veio para casa, 13 anos atrás.
A vida as vezes vem com essas coincidências, eu sinceramente não sei porque Deus escolheu ser assim, porque será que foi justamente nesse dia?
    Acho que nós sempre imaginamos como vai ser, eu pelo menos imaginava que eu ia chegar um dia e ela não ia sair da casinha, teria sido fácil, sem sofrimento.
 ou então alguém teria chegado com a notícia "Aconteceu uma coisa triste..."
Não teve nada a ver com o que eu sempre imaginei que aconteceria, nunca tem.
Eu não estava em casa, tinha acabado de ir para Botucatu porque eu teria muitas provas nessa semana.
Nessa noite, exausta por ter visto o fim de semana todo a minha cachorrinha deitada, sem querer fazer nada, mesmo com toda a nossa dedicação, pedi para Deus que fizesse o que fosse melhor para ela, porque eu sentia que só estávamos prolongando o sofrimento dela.
A semana foi passando e nada dos meus pais falarem comigo, o que é incomum porque nos falamos bastante via skype, já entendi o que provavelmente tinha acontecido, e já estava esperando pela notícia quando voltasse para São Paulo.
Apesar disso, nada me preparou para a certeza de que nunca mais a veria de novo, aquele rabinho incansável e os seus olhinhos castanhos.
Xeli no seu paraíso pessoal!
Olhinhos que eram meus conhecidos desde os sete anos e me acompanharam nas brincadeiras, nos momentos alegres e nos difíceis, nos momentos em que tudo que eu procurava eram seus olhinhos castanhos e silenciosos, porém cheios de conforto.
Também tivemos nossos "quebra rabos" durante esses anos, é verdade, mas foi ela que me ensinou a diversão do adestramento, que me ensinou que brigando não chegamos em lugar nenhum.
Se eu pudesse falar com ela de novo, só poderia dizer que eu a amo muito, agradeceria pelos anos de amizade, pelas brincadeiras, por ter me mostrado o amor pelos animais, pela veterinária, (será que eu estaria estudando veterinária se eu não tivesse tido uma cadela maravilhosa como ela?), me desculparia pelas brincadeiras rudes de criança, (As quais foram justamente retribuídas com arranhões) e por não ter estado do lado dela no momento em que ela se foi.
Outro dia eu encontrei fotos de muito tempo atrás, quando ela tinha mais pêlos e eu, janelinha nos dentes.
Me lembrou de uma frase interessante "Não fique triste porque acabou, fique feliz porque aconteceu".


Crescendo juntas
 Quero esquecer o último mês de sofrimento e só lembrar dela como ela estava nessas fotos, forte, bonita e gordinha.
Hoje, um mês depois do que aconteceu, já estamos nos conformando com a falta dela, as vezes ainda me pego imaginando o que ela estaria fazendo se estivesse aqui, cheirando tudo, abanando o rabinho atrás da porta, mas essa saudade eu sempre terei e me faz sorrir em lembrar dela.
Eu bem que queria saber pra onde os cães vão depois de morrer, eu só posso imaginar e torcer para que ela esteja num lugar bem legal, cheio de passarinhos e lagartixas pra ela caçar, muito sol pra ela ficar tostando, muitos amiguinhos pra ela dar uns "chega pra lá", muita comida gostosa pra ela se empanturrar e alguém pra jogar bolinha pra ela.
Meus pais falaram que o Simba também sentiu a falta da Xeli, ficou tristinho, mas agora já deve estar aproveitando a vida de "filho" único mimado!
Obrigada a todos que me deram apoio e torceram pela Xeli, fico muito feliz e agradecida pelo carinho!




Xeli com mais ou menos um ano